Este ano, no mês que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o Ministério da Saúde pretende vacinar em escolas e postos de saúde do país cerca de 5 milhões e 200 mil garotas, de 11 a 13 anos, contra o vírus HPV (vírus do papiloma humano), um dos principais responsáveis pelo câncer de colo de útero, o terceiro tipo de câncer mais frequente entre as mulheres.
Para Celso Rotstein, oncologista clínico do Grupo COI, o que se espera com essa ação é um impacto muito significativo na incidência de tumores do colo do útero nas próximas décadas.
“Essa doença, previsível em função das características da inflamação pelo HPV, é muito difícil de ser tratada quando detectada em fase avançada, por isso a prevenção é tão importante, por meio de exames clássicos como o Papanicolau. Vale observar que o vírus tem um tempo de latência até se manifestar em lesões precursoras e em tumores evasivos que gira em torno de duas décadas, além disso, pode-se contrair o vírus e não se ter absolutamente nada”, explica Celso.
Para a prevenção do câncer de colo de útero é necessário um trabalho contínuo de educação: “Alguns países conseguiram montar esquemas adequados e amplos de detecção precoce das lesões precursoras, como por exemplo, o Canadá e a Inglaterra. Isso levou em torno de 15 a 20 anos”, informa o médico.
Celso Rotstein é coordenador do Grupo de Tumor Ginecológico do COI, onde são debatidas as informações recebidas por meio de trabalhos publicados e apresentadas as novidades defendidas em congressos importantes, tanto europeus quanto norte americanos: “No grupo, também colocamos em pauta para troca de informações os casos mais complexos que passam pela instituição e estabelecemos os processos para o tratamento dos tumores ginecológicos. Outra ação importante é a troca de ideias com outros grupos, interna e externamente, como: o de cirurgiões, de imagens e de radioterapia. À medida que as coisas vão acontecendo, a gente sai em busca de novos e melhores caminhos para a manutenção da saúde dos nossos pacientes”.