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Detecção precoce do câncer de ovário – rastreamento com biomarcadores

O câncer de ovário é relativamente infrequente na população feminina brasileira se compararmos com a ocorrência de câncer de mama, cólon e reto, pulmão e colo do útero. Entretanto, a sobrevida costuma ser baixa em função do estágio avançado da doença no momento do diagnóstico. Por esse motivo, o câncer de ovário é objeto de estudos para a introdução de estratégias de rastreamento visando identificar o tumor em sua fase inicial.

Historicamente, a dosagem de uma proteína no sangue chamada de CA-125 vem sendo usada para identificar câncer de ovário em mulheres sem sintomas (rastreamento do câncer de ovário). O problema é que esse método é pouco confiável, isto é, algumas mulheres com câncer de ovário não apresentam aumento dessa proteína, enquanto que algumas mulheres sem câncer de ovário apresentam valores aumentados. Recentemente foi publicado o resultado preliminar de um braço do estudo chamado UKCTOCS, realizado no Reino Unido, que utilizou um algoritmo (por meio de um computador) baseado em dosagens iniciais e periódicas (anuais) de CA-125 e idade da paciente para analisar o risco de câncer de ovário.

Nesse braço do estudo, mais de 45 mil mulheres acima de 50 anos foram submetidas à dosagem anual do CA-125 no sangue. De acordo com o resultado do algoritmo, as mulheres eram categorizadas como normal, risco intermediário e risco elevado. Mulheres na categoria normal mantinham a periodicidade anual de dosagem do CA-125. As mulheres de risco intermediário realizavam dosagem de CA-125 em 12 semanas, ao passo que as de risco elevado realizavam dosagem de CA-125 e US transvaginal em seis semanas. Qualquer alteração suspeita na US transvaginal demandava encaminhamento para investigação.

Após 13 anos de estudo, que identificou 154 cânceres, os pesquisadores calcularam que a sensibilidade do método foi de 85,8%, e a especificidade, de 99.8%. Comparando esse novo método com o método habitual (valores de CA-125 fixos para normalidade ou anormalidade), os pesquisadores duplicaram os achados de câncer na população rastreada.

Apesar do ótimo desempenho da estratégia, será preciso aguardar até o fim do ano de 2015, quando os resultados poderão demonstrar (ou não) que os cânceres detectados precocemente promoveram a redução da mortalidade por câncer de ovário.

Até lá, é aguardar para ver.

Dr. Ronaldo Silva é médico sanitarista do Grupo COI

Referência
1. Kmietowicz, Z. Change in blood protein detects more ovarian cancers than fixed threshold, study finds. BMJ 2015;350:h2367 doi: 10.1136/bmj.h2367 (Published 5 May 2015).ç.

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